Sangramento nasal intratável é de ocorrência rara e de difícil manejo, 50 a 60% da população sofre pelo menos 1 episódio na vida, mas apenas 6% precisam de atendimento médico. Epistaxe anterior é mais comum em crianças e raramente sem conseqüências maiores, corrigida com pressão local e spray nasal com vasoconstritores. Epistaxe intratável é definida como um sangramento nasal que não responde as medidas conservadoras. Antigamente os otorrinolaringologistas utilizavam cauterizações, injeções percutâneas e ligadura vascular. O packing nasal tinha falha de 25 a 50%, com risco de necrose da cartilagem do septo, a ligadura da artéria maxilar interna causava lesão do nervo infraorbitário e sinusites. Trabalhos como o de Merlam em 1980 demonstrou resultados de 96 a 100% de eficácia e atualmente a embolização é o método preferido para o tratamento da epistaxe intratável.
CAUSA
A causa mais comum é a hipertensão descontrolada com ou sem alguma lesão na passagem nasal. Uma causa rara é a Síndrome de Osler-Weber-Rundu, uma lesão freqüente é o sangramento necrótico tumoral. Raramente a epistaxe é por uma ruptura de um aneurisma da carótida interna para dentro do seio esfenóide.
TÉCNICA
Toda a circulação deve ser estudada, a carótida interna e externa. Deve-se fazer o cateterismo superseletivo da artéria maxilar interna com cuidado para evitar o vaso-espasmo que altera a circulação no local do sangramento, pode inverter o fluxo e abrir anastomoses intracranianas. Se acontecer o vaso espasmo deve ser tratado antes. Pode-se usar PVA 150-250 de um lado e 500-750 do outro lado, ou em ambos os lados de 350-500 para evitar a isquemia. Deve-se retirar o tampão na sala de angiografia e verificar se o sangramento parou.
1- Isquemia aguda: injetar vasodilatador como nitroglicerina 50 Ug/ml ou nimodipina.
2- Isquemia pós-procedimento: aumentar perfusão sistêmica, vasodilatador tópico gel ou spray.
3- Dor: comum e não é uma complicação e melhora em 1 a 3 dias.
4- Parasilia de nervo craniano: ao ser detectado iniciar com metilprednisolona 250 mg 6/6 h.
5- AVC agudo: iniciar com heparinização, avaliar segundo os critérios o uso de trombolítico, aumento de 20 a 40 mmHg na PAM