ANGIOGRAFIA CEREBRAL: O QUE SE TRATA? QUE VASOS SE DEVE ESTUDAR? QUE CÓDIGOS SOLICITAR NA CBHPM?

A Angiografia cerebral consiste em um exame neurorradiológico realizado após punção femoral e que com auxílio de cateteres de diferentes formatos e de um fia guia com o objetivo de avaliar a circulação intracraniana com a visualização dos vasos assegurados em decorrência de uso de contraste não iônico e de radiação ionizante ( raios X).

Por se tratar de um exame invasivo em que existe risco de complicações, a angiografia cerebral deve ser realizada por profissional habilitado. No Brasil a certificação deste profissionais é assegurada exclusivamente através do certificado de área de atuação em Neurorradiologia Terapêutica emitido pela AMB.

A circulação arterial intracraniana é subdividida em um sistema anterior e um posterior. O sistema anterior é composto principalmente pelas artérias cerebrais anterior e média, ramos da carótida interna, que por sua vez é ramo da carótida primitiva, oriunda esta do tronco braquiocefálico a direita e a esquerda da aorta na maioria das vezes.

A circulação arterial posterior é constituída do tronco basilar sendo seus ramos mais importantes as artérias cerebelares e cerebrais posteriores. O tronco basilar provém da fusão da artéria vertebral direita e esquerda ao nível do sulco ponto-bulbar, ressaltando-se que as artérias cerebelares póstero-inferiores se originam do segmento terminal das artérias vertebrais.

Neste sentido para o estudo adequado da circulação intracraniana por meio de angiografia cerebral faz-se necessário o cateterismo no mínimo dos vasos seguintes:

1. Artéria carótida interna direita

2. Artéria carótida interna esquerda

3. Artéria vertebral direita

4. Artéria vertebral esquerda

Razão pela qual, recomenda-se a cobrança de no mínimo 4 códigos, abaixo categorizados na classificação hierarquizada de procedimentos médicos (CBHPM):

1. Angiografia de ramo primário: 2x 4081204-9, correspondendo a:

1. Artéria vertebral direita

2. Artéria vertebral esquerda

1. Angiografia de ramo secundário: 2x 4081204-9

1. Artéria carótida interna direita

2. Artéria carótida interna esquerda

É importante frisar que sob o termo genérico angiografia cerebral se incluem o estudo de outras regiões que não consistem especificamente de angiografia cerebral. Como se trata do estudo da aorta e da carótida primitiva direita e esquerda adicionalmente aos dos vaso já mencionados, observados, sobretudo, no contexto da doença aterosclerótica, dos acidentes vasculares isquêmicos ou de pacientes idosos (alta prevalência de doença aterosclerótica com estenose significativa).

Recomenda-se, assim  no contexto de doença aterosclerótica ( AVCI, estenose carotídea, idosos >60 anos) a solicitação  de no mínimo 6 códigos, abaixo detalhados de acordo com a CBHPM:

1. Angiografia de ramo primário: 3x 4081204-9, correspondendo a:

1. Artéria vertebral direita

2. Artéria vertebral esquerda

3. Artéria carótida primitiva esquerda

 

1. Angiografia de ramo secundário: 3x 4081204-9

1. Artéria carótida interna direita

2. Artéria carótida interna esquerda

3. Arteria carótida primitiva direita

1. Angiografia de grande vaso: 1 x 4081203-0

1. aorta

Uma outra situação que merece consideração é o caso do estudo angiográfico dos acidentes vasculares hemorrágicos em que existe a possibilidade de participação de vasos oriundos da carótida externa que respondem pela irrigação da dura-mater. De sorte que nesta situação se aconselha a solicitação dos códigos da CBHPM assim categorizados:

1. Angiografia de ramo primário: 3x 4081204-9, correspondendo a:

1. Artéria vertebral direita

2. Artéria vertebral esquerda

3. Artéria carótida externa esquerda

1. Angiografia de ramo secundário: 3x 4081204-9

1. Artéria carótida interna direita

2. Artéria carótida interna esquerda

3. Artéria carótida externa direita

Cabe ressaltar, que a observação 10 presente na página 189 da CBHPMem que as Angiografias por cateter (4.08.12.03-0, 4.08.12.04-9, 4.08.12.05-7, 4.08.12.06-5 e 4.08.12.07-3) incluem-se no máximo de 3 vasos, fazem referência ao número máximo de vasos por código. Posto que na mesma página e tabela, a observação 6 diz que  a ANGIOMEDULAR – previstos para seus portes a inclusão no máximo de 4 vasos para angiomedular cervical, 6 vasos para angiomedular torácica e 6 vasos para angiomedular tóraco-lombar. Denotando que a própria tabela interpreta e executa a possibilidade de utilização de um número total para os códigos ora mencionados maior do que 3.