Romulo Varella de Oliveira¹
Guilherme Robbs Bernardes¹
Pedro Neves de Paiva Castro¹
Luis Quevedo¹
1-Hospital São Lucas Copacabana
Guilherme Robbs Bernardes¹
Pedro Neves de Paiva Castro¹
Luis Quevedo¹
1-Hospital São Lucas Copacabana
DESCRIÇÃO
LEGENDA
DIAGNÓSTICO
TEASER
DESCRIÇÃO
Paciente feminina, 66 anos, com quadro de confusão mental, discurso sem coerência e repetitivo, além dificuldade para deambular e a paciente referindo fraqueza. Ao exame neurológico foi observado sinais de diplopia. Antecedentes patológicos: obstrução intestinal maligna e carcinomatose peritoneal. Realizado gastrostomia para nutrição parenteral há 40 dias.
LEGENDA

Observam-se áreas simétricas de hiperssinal em FLAIR nas porções mediais dos tálamos margeando o terceiro ventrículo, junto aos corpos mamilares e no aspecto posterior do mesencéfalo (periaquedutal). Nota-se realce pelo meio de contraste nos corpos mamilares.
DIAGNÓSTICO
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE.
Aspectos de imagem: A RM é o melhor método de imagem para o diagnóstico.
Principais diagnósticos diferenciais:
Tratamento:
Leitura recomendada:
- Distúrbio neurológico raro resultante da deficiência de tiamina (vitamina B1), potencialmente fatal.
- A deficiência de tiamina pode ser resultado de desnutrição ou má absorção.
- As principais etiologias são o alcoolismo, nutrição parenteral prolongada, jejum prolongado, pós cirurgia bariátrica, hiperemese gravídica, malignidade gastrointestinal e diálise crônica.
- Clinicamente caracterizada por alterações do nível de consciência, sintomas oculares e ataxia.
- O prognóstico depende do diagnóstico e tratamento precoce.
Aspectos de imagem: A RM é o melhor método de imagem para o diagnóstico.
- T2/FLAIR: áreas de hipersinal bilateral e simétrico nas porções mediais dos tálamos medial, periaquedutal e ao redor do terceiro ventrículo.
- T1 pós contraste: podem mostrar realce dos corpos mamilares, região periaquedutal e tálamo medial.
- Difusão: as áreas de hipersinal em T2/FLAIR podem apresentar restrição à difusão.
- Anormalidades incomuns: lesões hiperintensas em T2/FLAIR na medula dorsal, núcleos do hipoglosso e no cerebelo.
Principais diagnósticos diferenciais:
- Doença de Leigh.
- Encefalopatia induzida por metronidazol.
- Outras alterações talâmicas mediais bilaterais:
- Infarto da artéria de Percheron.
- Trombose venosa cerebral profunda
Tratamento:
- O objetivo principal é reverter a deficiência de tiamina (vitamina B1), que consiste na administração imediata de tiamina IV ou IM.
- O tratamento de suporte inclui correção de distúrbios hidroeletrolíticos e terapia nutricional. A interrupção do alcoolismo é obrigatória.
- Pacientes graves necessitam de hospitalização.
Leitura recomendada:
- G. Zuccoli, D. Santa Cruz, M. Bertolini, et al. MR Imaging Findings in 56 Patients with Wernicke Encephalopathy: Nonalcoholics May Differ from Alcoholics. AJNR Am J NeuroradiolJan 2009, 30 (1) 171-176; DOI: 10.3174/ajnr.A1280.
- Zuccoli G, Gallucci M, Capellades J, et al. Wernicke Encephalopathy: MR Findings at Clinical Presentation in Twenty-Six Alcoholic and Nonalcoholic Patients. AJNR Am J Neuroradiol 2007;28:1328-31.
- Zhong C, Jin L, Fei G. MR Imaging of Nonalcoholic Wernicke Encephalopathy: A Follow-Up Study . AJNR Am J Neuroradiol2005;26:2301-5.
TEASER
Uma prévia do próximo caso: